quinta-feira, 11 de abril de 2019

Músico morre após Exército fuzilar carro de família com 80 tiros no Rio


O músico e segurança Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu neste domingo (7) ao ser baleado pelo Exército. Os militares dispararam pelo menos 80 tiros contra o carro em que ele estava com a família, em Guadalupe, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Segundo o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, “tudo indica” que os militares atiraram por engano, pois confundiram o veículo com o de assaltantes.




De acordo com o G1, cinco pessoas estavam no automóvel atingido: pai, mãe, uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher. A família estava a caminho de um chá de bebê. Segundo a TV Globo, Evaldo morreu na hora, enquanto o sogro dele foi baleado nos glúteos. Já a esposa da vítima fatal, a criança e amiga não foram atingidas. Um pedestre que passava no local também se feriu ao tentar ajudar.

A Polícia Civil disse que os militares envolvidos no caso foram ouvidos pelo próprio Exército, que entendeu que o inquérito deveria ser militar. Mas, ainda assim, o delegado Leonardo Salgado defende que há indícios para prisão em flagrante.

“Fica muito difícil tomar uma decisão diferente desta (prender), não vejo uma legítima defesa pela quantidade de tiros que foi. Os indícios apontam para uma prisão em flagrante”, afirmou o delegado.

“Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma (no carro). Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”, acrescentou o delegado à TV Globo.

O Comando Militar do Leste emitiu uma nota e disse que o caso será investigado.

“A fim de realizar uma apuração preliminar da dinâmica dos fatos ocorridos, foi determinado pelo Comandante Militar do Leste que sejam coletados os depoimentos de todos os militares envolvidos, bem como ouvidas todas as testemunhas civis, o que está em andamento, nesse momento, na Delegacia de Polícia Judiciária Militar ativada na Vila Militar. O Ministério Público Militar já foi informado e está supervisionando a condução dessas oitivas”.