quarta-feira, 26 de abril de 2017
Rodolpho Carlos, acusado de matar agente, já está com farda de presidiário e em cela sem água e energia no PB1, em JP
O acusado de atropelar e matar o agente de trânsito Diogo Nascimento, Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, está isolado em uma cela na Penitenciária Doutor Romeu Gonçalves Abrantes (PB1). Ele foi preso na segunda (24) e encaminhado para a unidade carcerária nessa terça-feira (25), após audiência de custódia.
Em entrevista à Rádio Correio, o diretor do PB1, Lincoln Gomes, Rodolpho passará 10 dias no isolamento, cuja cela possui dimensão de 3×4 metros. O procedimento é padrão para qualquer preso recém-chegado à unidade. Após esse período, a direção do presídio vai definir para qual cela o acusado será encaminhado.
“Rodolpho não receberá nenhum tipo de tratamento diferenciado. O PB1 é um presídio que não tem energia elétrica, televisão e ventilador nas celas. O PB1 só tem 10 minutos de água pela manhã e 10 minutos de água à tarde. A feira que poderá entrar para ele é a mesma permitida para outros presos. Então não tem como haver regalias”, garantiu o diretor da penitenciária.
Ainda conforme Lincoln Gomes, Rodolpho chegou ao PB1 aparentemente assustado e recebeu orientações sobre regras da unidade prisional. Em seguida, ele recebeu fardamento e cortou o cabelo, conforme determina o regulamento penitenciário.
A defesa de Rodolpho Carlos aguarda apreciação de um pedido de habeas corpus. A análise será feita pelo desembargador Arnóbio Teodósio.
“Passados mais de 90 dias do fato, não tendo nenhum outro evento capaz de justificar o decreto de prisão preventiva, então entendemos que essa prisão é desnecessária, uma vez que não há nenhum elemento concreto. A decisão não se fundamentou em elementos concretos, tão somente, em tese, na gravidade do crime e no clamor social. Esses não são elementos para embasar uma prisão preventiva, que é uma medida extrema”, argumentou o advogado Sheyner Asfora.
O caso
Diogo Nascimento foi atropelado na madrugada do dia 21 de janeiro quando trabalhava em uma operação da Lei Seca no Bessa, em João Pessoa. O acusado de atropelá-lo, Rodolpho Carlos, desobedeceu a ordem de parada e avançou um Porsche sobre o agente. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, mas morreu no dia seguinte.
A Justiça pediu que Rodolpho fosse preso, mas o desembargador Joás de Brito concedeu habeas corpus na madrugada do domingo (22), antes mesmo do suspeito ser detido. O carro dele foi apreendido. Durante a semana que se sucedeu ao atropelamento, a Polícia Civil e o Ministério Público da Paraíba formularam novo pedido de prisão de Rodolpho e o caso ficou pendente até essa segunda-feira (24), quando foi tomada a decisão do juiz Marcos William.
Portal Correio