domingo, 11 de setembro de 2016

Ilanna Motta e prefeitos de Emas e São José de Espinharas são presos em operação da PF





Prefeita de Patos chegando a sede do MPF

Os prefeitos de Emas, José William Segundo Madruga; de São José de Espinharas, Renê Trigueiro Caroca, além da chefe de Gabinete da prefeitura de Patos, Ilanna Motta, e dois sócios da empresa Malta Locações Ltda., Carlos Alexandre Fernandes Malta e Rafael Guilherme Caetano dos Santos foram presos na manhã desta sexta-feira (9) pela Polícia Federal, no bojo da operação Veiculação. Os dois prefeitos foram afastados do cargo e estão sendo presos temporariamente, enquanto que Ilanna e os outros dois foram presos preventivamente. A prefeita de Patos, Francisca Motta, mãe de Ilanna, também foi afastada temporariamente do cargo, mas não chegou a ser presa.

Todos são acusados de participação em um suposto esquema de irregularidades em licitações e contratos públicos, em especial ao direcionamento de procedimentos licitatórios e superfaturamento de contratos, em razão de serviços de locação de veículos, realizados pelas prefeituras municipais de Patos, Emas e São José de Espinharas, todas no Sertão da Paraíba. Entre os suspeitos, o traço peculiar é a ligação familiar. Ilanna é filha de Chica Motta, prefeita de Patos, e casada com Renê Trigueiro Maroca, prefeito de São José de Espinharas. José William é ex-marido de uma das filha de Ilanna, enquanto que Rafael Guilherme é genro de Renê Trigueiro.

O esquema de locações de veículos foi denunciado no ano passado, pelo blog de Suetoni, mostrando a relação delicada entre os empresários e agentes políticos da Paraíba. A denúncia foi desencadeada por uma operação em Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, onde o Ministério Público descobriu a ligação da administração municipal com empresas de locação de veículos fantasmas. A ligação com a Paraíba se deu por conta de uma conta bancária de uma agência do Itaú, em Patos, pertencente a uma das empresas. O MPPE descobriu pagamentos feitos pelo deputado federal Hugo Motta (PMDB) a uma das empresas fantasmas.

Ao todo, a força-tarefa composta por Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) está cumprindo 8 mandados de busca e apreensão, 5 de prisão e afastamentos de funções públicas de 7 envolvidos, sendo quatro secretários municipais, além dos três prefeitos. Todos os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). As fraudes envolvem mais de R$ 11 milhões em recursos aplicados em ações dos Programas de Transporte Escolar (PNATE), Fundeb, Pró-Jovem Trabalhador e Bloco de Média e Alta Complexidade (Saúde).





Portal do Litoral

Com Suetoni Souto