A recente notícia da possibilidade de inserção do filme ‘O Grande Circo Místico’, de Cacá Diegues, na corrida ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2019 colocou em destaque as mudanças das regras do Oscar. Foge à regra da grande competição cinematográfica mundial colocar em destaque um filme brasileiro. Tal visibilidade coloca o Brasil em reconhecimento artístico em uma área pouco desenvolvida e apreciada pelos brasileiros.
Inspirado em um poema de Jorge De Lima, o filme se passa ao longo de diferentes décadas acompanhando o desenvolvimento de uma família no cenário social brasileiro, desde seu auge até seu momento atual. A demonstração da versatilidade de representação artística dentro do cinema brasileiro mostra a preocupação dos produtores em trazer histórias com teor mais erudito, porém, que não seja inacessível.
O filme começou a ser rodado em 2015 e será lançado em novembro. ‘O Grande Circo Místico’ é um exemplo de como o custo de produção e lançamento de um filme nacional é bastante burocrático. Entretanto, pode-se notar uma oscilação no conteúdo desejado pelo público que predominantemente está repleto de obras voltadas à comédia, gênero que obtém grande reconhecimento da população, grandes bilheterias, mas com roteiros superficiais.
O filme traz o reconhecimento da riqueza escondida do cinema nacional, no qual grandes obras são subestimadas e pouco apreciadas ou dadas o devido valor. Grandes clássicos do cinema brasileiro como ‘Terra em Transe’, de Glauber Rocha, são vistos como grande exemplo de uma obra reverenciada no exterior e pouquíssimo apreciada no país. Tal situação deve-se a diversos fatores, mas principalmente à não valorização da arte do cinema brasileiro como objeto de estudo social-histórico.