Frame de vídeo da defesa civil síria mostra atendimento a crianças vítimas de um ataque químico que ocorreu em Ghouta próximo a Damasco - 08/04/201 (Syrian Civil Defense/AFP)
Um ataque com gás venenoso no sábado na cidade de Duma, próxima à capital da Síria, deixou mais de 40 mortos, de acordo com a ONG Defesa Civil Síria. O acontecimento se deu em meio a uma nova ofensiva das forças do governo após o fim de uma trégua com o grupo rebelde Exército do Islã. O governo nega a autoria do ataque.
De acordo com paramédicos, pessoas foram encontradas dentro de suas casas e abrigos com espuma saindo pela boca. O porta-voz do Defesa Civil Síria, Siraj Mahmoud, disse que foram contabilizadas 42 mortes, mas a ONG não conseguiu continuar as buscas devido ao forte odor e às dificuldades de respiração.
Em comunicado conjunto, a Defesa Civil Síria e a Sociedade Médica Síria Americana disseram que mais de 500 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram levadas a centros médicos com dificuldade de respirar, espumando pela boca e olhos ardendo. Os pacientes teriam descrito um cheiro semelhante a cloro. Alguns tinham a pele azulada, em sinal de privação de oxigênio. Os sintomas seriam consistentes com exposição química.
Lideranças internacionais condenaram o ataque. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em sua conta no Twitter que o presidente russo, Vladimir Putin, a Rússia e o Irã são responsáveis por apoiar o regime de Bashar al-Assad. “Outro desastre humanitário por razão nenhuma”, escreveu. O conselheiro de segurança da Casa Branca, Thomas Bossert, disse que não descarta opções em resposta ao ataque.
A Turquia, que critica o regime de Bashar al-Assad desde o início da guerra civil, disse que o governo “ignorou mais uma vez” os acordos internacionais de banimento de armas químicas. Aliada a Assad, a Rússia negou que as forças sírias tenham usado armas químicas no ataque.
Papa Francisco
Durante o seu tradicional discurso de domingo, o papa Francisco orou pelos mortos e ofereceu condolências às famílias do suposto ataque. “Não há uma guerra boa ou ruim, e nada pode justificar instrumentos que exterminam pessoas e populações indefesas”, disse o pontífice. “Vamos rezar para que os políticos responsáveis e os líderes militares escolham outro caminho: o das negociações, o único que pode trazer paz”, afirmou.
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