domingo, 17 de setembro de 2017

Após tumulto, 62 presos são transferidos do presídio do Roger na Paraíba


Sessenta e dois detentos foram transferidos da penitenciária Flósculo da Nóbrega, o presídio do Roger, para o complexo penitenciário PB1, em Jacarapé, ambos em João Pessoa, na noite de sábado (16). A informação da transferência dos presos foi confirmada neste domingo (17) pelo gerente do sistema prisional da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap), João Paulo Ferreira Barros.

A realocação dos presos ocorreu após um tumulto entre os pavilhões 2 e 3 do presídio do Roger iniciado na tarde de sábado e controlado ainda na noite do mesmo dia. Pelo menos dois detentos ficaram feridos no tumulto e foram levados para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa.

De acordo com João Paulo Ferreira Barros, gerente do sistema penitenciário da Paraíba, os 62 presidiários foram transferidos para a penitenciária PB1 para que o trabalho de reforma na estrutura física dos pavilhões danificados no motim fosse iniciado. Não há previsão para conclusão da obra de recuperação da estrutura destruída, mas os trabalhos foram iniciados ainda no sábado.


Gerente do sistema penitenciário explicou que foram usados projéteis não-letais na contenção do tumulto no presídio do Roger (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)

Ainda de acordo com o gerente do sistema penitenciário, a confusão se deu por conta da descoberta de um túnel em uma das celas. Depois da descoberta os apenados começaram a jogar pedras nos agentes penitenciários no presídio do Roger e foi preciso acionar mais força policial, dando início ao tumulto desta tarde, segundo o gerente.

Durante o conflito objetos foram queimados dentro das celas. Dois detentos, de 30 e 23 anos, deram entrada no Hospital de Trauma na noite de sábado vítimas de arma de fogo, passaram por procedimentos médicos e seguiam com quadro clínico estável.

Conforme boletim divulgado na noite de sábado, os dois presidiários seguiam em estado de saúde estável. Sobre os ferimentos, João Paulo Ferreira Barros negou que os ferimentos tivessem sido causados por projéteis letais e que a incursão no presídio para controlar o motim foi feito apenas com armas de fogo de bala de borracha.

“Foram usadas apenas projéteis não-letais, se houve feridos, foi por balas de borracha. Mas pelo fui informado, os dois apenados feridos na ocorrência receberam alta médica do hospital”, completou o gerente do sistema prisional.

João Paulo Ferreira Barros explicou que o presídio do Roger tem capacidade para 600 apenados mas abriga 1.240 pessoas que cumprem suas penas em regime fechado. Quanto ao túnel ainda não há informações sobre profundidade e nem tamanho, mas sabe-se que ele passava por mais de uma cela.


Grupos especiais trabalharam na contenção do motim no presídio do Roger, em João Pessoa (Foto: Sílvia Torres/TV Cabo Branco )