quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Projeto que cria Dia do Treze gera guerra de torcidas e bate boca entre deputados na Assembleia
Teve de tudo que uma boa e emocionante partida de futebol precisa ter. Ataques fulminantes, defesas espetaculares e carrinhos por todos os lados. E não, não estamos falando de um clássico Treze x Campinense ou Treze x Botafogo-PB. Tudo isso aconteceu durante a sessão desta quarta-feira (15) na Assembleia Legislativa. O lance inicial para a discórdia futebolística em campo legislativo foi feito pelo suplente de deputado Arthur Cunha Lima Filho (PRTB). Licenciado do cargo para o tratamento de saúde, o parlamentar não estava presente para defender o projeto 1096/2016, que cria o Dia Estadual do Treze. Isso mesmo, uma data toda reservada para a comemoração dos torcedores do Galo. Foi demais para os raposeiros.
Os deputados Tião Gomes (PSL) e Inácio Falcão (PTdoB) partiram para o ataque, para defender a rejeição do projeto. O tom dos discursos era de consternamento e quase ultraje. O embate foi reforçado com a entrada em campo de João Gonçalves (PDT), que bradou contra a proposta, tentando chutá-la para escanteio. Nas suas palavras, cobrou a retirada de pauta. Sobrou espaço ainda para Jeová Campos (PSB), que, adotando postura de volante clássico, entrou de sola “rasgando tudo” para jogar a proposta para fora das discussões. Na visão dele, a iniciativa desmerece o papel do parlamento paraibano.
Socorro
O socorro ao projeto de Arthur Filho, que tem retorno para a Casa previsto para o início de março, foi feito pelos deputados Renato Gadelha (PSC) e, acreditem, por Daniella Ribeiro (PP), para quem é preciso respeito à proposta. Ela defendeu que a matéria fosse posta em votação e todos teriam o direito de opinar pela sua aprovação ou não. Sendo de família ligada ao Campinense, ela não prometeu voto a favor, mas agiu como meio de campo habilidosa, abrindo espaço para que Gadelha fizesse a defesa da proposta. O parlamentar defendeu o direito dos torcedores do Treze terem o seu dia e lembrou que o pai do autor da propositura, Arthur Cunha Lima, foi dirigente do Treze.
Em meio ao tumulto generalizado e depois de muita canelada, o presidente da Casa, Gervásio Maia (PSB), decidiu agir como árbitro de futebol e retirou o projeto de pauta. A proposta será reapresentada quando Cunha Lima voltar ao parlamento. A assessoria do deputado explicou que a licença para tratamento de saúde tirada por ele acaba no dia 28. Quando retornar, a menos que o governador Ricardo Coutinho (PSB) decida mexer em mais peças da sua bancada, Raoni Mendes (DEM) deixará a Assembleia.
Depois de toda a confusão, com os ânimos já apaziguados, o deputado estadual Edmilson Soares (PSB) pediu a palavra para dizer que já existe o Dia do Torcedor do Botafogo, aprovado em 2011 sem tanta polêmica. A propositura, na época, foi de Janduhy Carneiro (Podemos). O parlamentar, já nos acréscimos, aproveitou a deixa para explicar a data escolhida no seu projeto foi o dia do aniversário do time. A próxima partida do projeto que cria o Dia do Treze foi marcada para março, quando Arthur Filho voltará à Casa.
Blog do Suetoni Souto Maior