Os holofotes estavam todos sobre Cristiano Ronaldo no confronto entre Portugal e Irã. Mas o protagonista do empate em 1 a 1 foi o VAR, que foi utilizado para confirmar um pênalti para Portugal (perdido por Ronaldo) e outro para o Irã (convertido por Karim), aos 45 minutos do segundo tempo. No final, brilhou a estrela de Quaresma, que abriu o placar com um golaço de trivela na etapa inicial. Com o resultado, a seleção portuguesa se classificou em segundo lugar, com os mesmos cinco pontos da líder Espanha — que pega a Rússia na próxima fase —, e irá enfrentar o Uruguai nas oitavas de final.
Apesar de necessitar da vitória para se classificar, o Irã não abriu mão de sua vocação defensiva. Entrou num 4-5-1 de contenção em seu próprio campo para tentar explorar contra-ataques. Essa postura chamava Portugal, que quase abriu o placar com Cristiano Ronaldo, aos dois minutos, e com João Mário, que não aproveitou lambança do goleiro Beiranvand com o volante Ezatolahi, que trombaram e deixaram a bola escapar.
Os primeiros 15 minutos foram de pressão total portuguesa, sempre cruzamentos sobre a área do Irã. Como a bola não chegava, Ronaldo passou a recuar pelo lado esquerdo para buscar jogo, sem obter muito sucesso.
Como a estrela do Real Madrid estava bem marcada, quem apareceu para fazer uma jogada de craque foi o veterano Quaresma, de 34 anos, em seu primeiro jogo como titular nesta Copa do Mundo. Em boa trama pela direita, o jogador do Besiktas tabelou com Adrien, que deu um belo passe de calcanhar, e chutou de trivela, de fora da área, para vencer Beiranvand e inaugurar o placar.
Em sua primeira jogada no segundo tempo, Ronaldo disputou na beira da área e foi derrubado por Ezatolahi. Depois de muita reclamação, o árbitro paraguaio Enrique Caceres consultou o VAR e marcou pênalti. Um gol atrás de Harry Kane na artilharia, Ronaldo foi para a cobrança, mas Beiranvand escolheu o canto certo e defendeu a penalidade mal batida pelo capitão português.
A partir daí, o jogo ficou truncado e até violento, com três cartões amarelos aplicados em poucos minutos — dois para o Irã (Hajsafi e Azmoun) e um para Portugal (Quaresma, que saiu pouco depois para a entrada de Bernardo Silva).
A dez minutos do fim, o juiz voltou a consultar o árbitro de vídeo, em lance que Cristiano Ronaldo teria agredido Pouraliganji. Depois de ver o replay, Caceres deu corretamente apenas o cartão amarelo para o astro lusitano.
Aos 45 minutos do segundo tempo, o VAR novamente apareceu para roubar a cena. Em cruzamento na área, a bola pegou na mão do zagueiro Fonte. Depois de aguardar alguns minutos, Caceres correu para rever a jogada e marcou o pênalti para o Irã, convertido pelo camisa 10 Karim. Desesperado por mais um gol, os iranianos quase viraram o jogo, mas Taremi perdeu cara a cara com Rui Patrício.
Depois de uma improvável pressão iraniana nos acréscimos, Portugal conseguiu segurar o empate e confirmou sua classificação para a segunda fase. Com quatro pontos, o Irã sentiu que fez um grande trabalho frente aos gigantes de seu grupo. Aplaudidos por sua torcida, alguns jogadores desabaram no gramado e choraram, com o sentimento de dever cumprido e a sensação de que poderiam ter alcançado o sonho da classificação.