sábado, 25 de novembro de 2017

Músico alhandrense participa do Encontro Nacional de Forrozeiros


Pedrinho Sanfoneiro afirmou no início de sua carreira até este momento importante é sua trajetória

Entre os dias 20 e 22 de novembro João Pessoa recebeu o Encontro Nacional de Forrozeiros. O evento que discutiu a preservação e sustentabilidade do Forró em palestras e mesas redondas, trouxe também para o debate o ritmo nordestino como um bem cultural de natureza imaterial.

Dejinha de Monteiro e Claudinho de Monteiro

O encontro também contou com “shows-manifestos”, onde grandes nomes como Santanna O cantador, Alcymar Monteiro, Chambinho do Acordeon, Nando Cordel, Genival Lacerda dentre outros que representam o ritmo nordestino.

Entre os artistas estava o músico alhandrense Pedrinho Sanfoneiro, ele que desde cedo enveredou pela música e no Encontro de Forrozeiros compôs a banda de apoio do evento.

O Litoral.News conversou com o músico que falou do início de sua carreira, suas influências, e a importância de participar de um evento de grande relevância e com grandes referências no forró.

Confira a entrevista abaixo:

LN – Quando começou a carreira de músico?

Pedrinho – Comecei a carreira de músico profissional aos 13 anos de idade na banda do meu pai, foi onde realizei meu primeiro show. Porém, antes de tornar-se profissional eu dispunha de instrumentos musicais em casa e tratava aquilo tudo como uma brincadeira, algo lúdico para mim. A minha disposição havia bateria, baixo, guitarra, percussão, teclado enfim, tudo o que tudo que compunha a banda. Foi com 12 anos que despertei a curiosidade pela sanfona, através do meu tio que tocava o instrumento. A partir daí comecei a manusear a sanfona, estudando sozinho mesmo.

LN – Quais suas influências musicais?

Pedrinho – Eu sou um “caba” forrozeiro e minhas influências estão dentro do forró. A referência mais próxima foi o meu tio, que também é forrozeiro e sanfoneiro. Depois essas referências foram se expandindo até Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro e toda turma que fundamentou o forró. Atualmente me inspiro em Dominguinhos para harmonizar as músicas, na forma de tocar e execução. Há outros músicos que tocam outros instrumentos que também aprecio, mas na sanfona minha principal referência hoje é Dominguinhos.

LN – Atualmente, como tem sido trabalhar com a música na Paraíba?

Pedrinho – Tem sido muito difícil! Quando a música sai do plano da arte e entra no plano de mercado, de consumo ela toma uma conotação mais simplista, sendo simples ela chega de forma mais fácil ao povo. Hoje o acesso à alguns instrumentos é mais fácil, como por exemplo o violão que uma pessoa pode comprar. Porém, o que se percebe hoje é que a pessoa aprende 4 acordes e já quer fazer uma festa. Isto pode tirar a vez, atrapalhar quem já vem estudando e se dedicando para fazer um trabalho de qualidade. Outro fator que dificulta o trabalho é o mercado restrito a um tipo de música, que é a música comercial. Se o músico tem um trabalho voltado ao modo mais tradicional, como o forró pé de serra acaba tendo mais dificuldade, chegando a precisar muitas vezes se “converter” a essa outra modalidade de música para conseguir sobreviver. Resta ao músico, se qualificar cada vez mais para se diferenciar e sobressair.

LN – Qual a importância desse encontro para os forrozeiros, como você avalia?

Pedrinho – A grande intenção desse encontro foi o de chamar a atenção do Poder Público e reivindicar nossos direitos. Discutimos sobre os rumos do forró raiz, aquele forró de Luiz Gonzaga. Buscamos o fortalecimento deste gênero musical que continua vivo, vem sendo desenvolvido e praticado, e está dentro de nossas tradições. A importância está na discussão sobre as novas perspectivas para o forró raiz, tanto na questão da valorização quanto na garantia do nosso espaço.Banda de apoio do Encontro Nacional de Forrozeiros

LN – Em sua carreira como músico, como esse encontro vem a contribuir?

Pedrinho – Pensando sobre isto, eu lembrei que quando era mais jovem eu sempre assistia pela TV, e ouvia os discos desses artistas que participaram do evento. E a gente se pergunta sobre quando poderia tocar com grandes artistas. Então, para minha carreira este momento se torna uma vitrine, pois cheguei a tocar com grandes músicos e referências no forró como Alcymar Monteiro, Liv Morais (filha de Dominguinos), dentre outros. Pra mim foi muito bom, uma grande oportunidade, tanto em relação à vitrine que você acaba tendo, quanto ao currículo. Além do mais foi uma grande satisfação estar ali com todos aqueles artistas.


Litoral.News – Cultura