sábado, 30 de setembro de 2017

ONG faz campanha para tratamento de cachorro que foi enterrado vivo na Paraíba


Uma ONG de proteção animal começou uma campanha para arrecadar recursos para o tratamento de um cachorro que foi enterrado vivo em Santa Rita, na Grande João Pessoa. “Batizado” de Guerreiro, o cão foi encontrado ferido e desnutrido, apenas com a cabeça fora do solo, no fim da tarde da segunda-feira (25), por um morador de Eitel Santiago. A esposa dele relatou ter escutado choros de cachorro desde o domingo. A ONG Missão Patinhas Felizes acredita que o animal estava enterrado desde o sábado.

Guerreiro já recebeu tratamento para as feridas e a desnutrição, causados pelos maus-tratos, que foram pagas pela ONG. Nesta sexta-feira (29), ele recebeu alta e foi para a casa da presidente da Missão Patinhas Felizes, Andreia Medeiros, onde vai continuar recebendo cuidados. Porém, segundo Andreia, ainda são necessários cerca de R$ 2 mil para fazer um tratamento contra leishmaniose, doença com a qual ele foi diagnosticado pelo veterinário.

“Eu acredito que ele foi todo enterrado, mas ficou forçando e conseguiu colocar a cabeça de fora. Ele estava com olhos, boca e nariz cheios de areia. Estava muito debilitado, não conseguia nem levantar a cabeça ou abrir os olhos”, relatou a vizinha do homem que encontrou o cachorro, a costureira Eliane Soares, de 49 anos.


Guerreiro passa por tratamento para curar ferimentos e desnutrição causados por maus-tratos (Foto: Andreia Medeiros/ONG Missão Patinhas Felizes)

Depois de ser retirado do buraco, o animal foi levado para uma casa em construção, que fica em frente à residência de Eliane, onde recebeu alimento e água. A partir daí, Eliane deu um nome ao cãozinho e buscou ajuda para conseguir um tratamento para ele.

“A situação que ele passou, o sofrimento que ele passou. É um guerreiro mesmo”, declarou.

Os moradores do bairro nunca tinham visto o cachorro na região antes e, portanto, não sabem se eles tinham donos. Ninguém sabe, também, quem pode ter enterrado o cachorro vivo. Por isso, a polícia não foi acionada para investigar os maus-tratos.

“Eu passei duas noites sem comer e sem dormir. Foi uma tristeza tão grande dentro de mim, saber que existe um ser humano que tem coragem de fazer um negócio desses com um animal”, lembrou.

Eliane mora sozinha e tem dois cachorros e uma gata que trata como filhos. “Eu sou apaixonada por animais. De noite, eu coloco comida e água na frente da minha casa, pra os cachorros que moram na rua. Se ele melhorar, eu aceitaria ficar com Guerreiro. Seria um prazer eu correr e ver ele correndo atrás de mim. Mas se alguém tiver condição melhor, também aceito”, comentou.

“Só agradeço a Deus ter me colocado lá pra resgatar ele, pois se tivesse demorado mais, ele teria morrido”, afirmou Eliane.



G1