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Crime aconteceu na noite desta terça-feira (12), em Itambé. Cláudio Roberto Borges, que atuava como segurança, tinha sido absolvido em julgamento, em 2015. Presidente da Câmara de Vereadores e motorista dele ficaram feridos.
Um homem morreu e dois ficaram feridos em uma ação criminosa ocorrida na cidade de Itambé, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. De acordo com a Polícia Civil, a vítima do assassinato é Cláudio Roberto Borges, de 48 anos, acusado pela Justiça Federal de ser o mandante da execução do ativista de direitos humanos Manoel Mattos, que aconteceu em 2009, na Paraíba. Entre os feridos estão o presidente da Câmara de Vereadores de Itambé, José Luis Targino de Moura, 56 anos, e o motorista particular do parlamentar. (Veja vídeo abaixo)
O crime ocorreu na noite de terça-feira (12), em frente a uma funerária que pertence ao vereador baleado. De acordo com a polícia, o crime teria sido cometido por dois homens armados, que estavam de motocicleta.
Segundo o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito do Amaral, o depoimento do vereador ferido é imprescindível para as investigações. Ele vai ser ouvido ainda nesta quarta, no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife, para onde foi levado. Cláudio Roberto foi o primeiro a ser abordado, enquanto estava sentado em frente ao estabelecimento comercial. Atingido por um disparo, ele morreu na hora.
“Ainda é prematuro falar sobre motivação ou quem era o alvo principal, mas é preciso levar em conta a vida pregressa do Cláudio e o fato de que José Luis é vereador. De fato, os autores sabiam que a vítima era segurança do vereador”, disse Joselito. O corpo de Cláudio Roberto foi levado ao Instituto Médico Legal, no Centro do Recife.
O motorista do parlamentar também seguiu para Hospital Miguel Arraes. De acordo com a assessoria de comunicação da unidade, ele recebeu alta às 22h50 de terça-feira (12). José Luis Targino de Moura continua internado, após passar por uma drenagem torácica. O estado de saúde do paciente é considerado estável.
Cláudio Roberto é ex-policial militar e trabalhava como segurança particular para o vereador José Luis Targino. Na época do assassinato do advogado e ativista Manoel Mattos, além de Cláudio, outros dois réus foram absolvidos, em julgamento ocorrido em 2015. O Ministério Público Federal pediu a anulação do julgamento em relação à absolvição, mas teve o pedido rejeitado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
Manoel Mattos
O advogado Manoel Bezerra de Mattos Neto foi morto a tiros de espingarda calibre 12, em 24 de janeiro de 2009. Ele integrava a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) e ficou conhecido por denunciar grupos de extermínio, com a participação de policiais militares e civis, na divisa entre Paraíba e Pernambuco.
Em outubro de 2010, o julgamento do crime foi federalizado sob o fundamento da existência de grave violação aos direitos humanos. O processo tramitava na Justiça Estadual da Paraíba, mas foi transferido para a 2ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba.
De acordo com o TRF 5, o Ministério Público Federal pediu a anulação do julgamento em relação à absolvição de Cláudio Roberto Borges e José Nilson Borges. A ideia era submetê-los a novo julgamento. De acordo com a procuradora da República Isabel Guimarães, foi proferida decisão contrária ao conteúdo de provas.
O MPF sustentou que José Nilson Borges foi responsável pelo fornecimento da arma usada no crime e que Cláudio Roberto Borges foi um dos mandantes do crime. O desembargador federal rejeitou esse pedido. Braga destacou o princípio da soberania do veredicto do Júri Popular.
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