quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Sob aplausos, corpo de Dom José é enterrado na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa


O corpo de Dom José Maria Pires foi sepultado às 17h40 desta terça-feira (29) na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, durante cerimônia que lotou a igreja. O bispo morreu na noite do domingo (27), aos 98 anos, em um hospital de Belo Horizonte, Minas Gerais. O corpo chegou à capital da Paraíba na madrugada desta terça, à 1h55.

O sepultamento aconteceu após a Missa das Exéquias, que começou às 16h e foi presidida pelo atual arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson. Durante toda a manhã, fieis se revezaram dentro da igreja para se despedir de “Dom Pelé”, como era chamado pelo povo.

Dom José Maria Pires foi o quarto bispo da região metropolitana de João Pessoa, a Arquidiocese da Paraíba, e esteve no cargo entre os anos de 1966 e 1995. Durante este período, ele atuou mediando conflitos pela terra no estado, defendendo camponeses.

A produtora rural Iolanda de Oliveira Monteiro, que junto com outros 120 trabalhadores compareceu ao velório do arcebispo emérito da Paraíba, que aconteceu na Catedral, durante esta terça-feira, disse que “onde ele estiver, tenho certeza de que estará intercedendo por nós, agricultores”.

O grupo que compareceu ao velório reuniu trabalhadores de acampamentos e assentamentos de Jacaraú, Curral de Cima, Sapé, Itabaiana, Mogeiro, Pitimbu, Caaporã, Conde e Pedras de Fogo. Eles participaram de uma das missas de corpo presente realizadas ao longo do dia na Catedral.

Iolanda conta que conviveu com o Dom José durante os 20 anos de luta pela regularização da terra da sua comunidade. Ela lembra que “ele teve uma importância muito grande pelo apoio e solidariedade, por fortalecer nossa fé e a nossa luta exige isso”.

O produtor rural Rogério Oliveira destaca que Dom Pelé “sempre foi uma força dentro destas comunidades [rurais]”. “Temos uma dívida muito grande de gratidão por tudo que Dom José fez pela gente. Ele sempre estava dialogando com a Justiça e com a polícia para não acontecer conflitos”, destaca.

O grupo participou da missa usando chapéus de palha e levando cartazes com fotos de momentos em que o bispo participou nas comunidades.

G1