sábado, 25 de fevereiro de 2017

Em Recife-PE: Com público visivelmente menor no Galo da Madrugada, sobrou espaço para a fantasias e camarotes


O ano de 2017 entrou para a história do Galo da Madrugada, é fato. Não apenas pela polêmica e controversa alegoria gigante do Galo, instalada no percurso do desfile do proclamado “maior bloco de Carnaval do mundo” em 1995, pelo Guiness Book.

É que, pelo menos até o fim da manhã deste Sábado de Zé Pereira, visualmente o bloco não tinha superlotado as ruas estreitas do Centro do Recife, por onde passa o cortejo e os 24 trios arrastando multidões. Os pés da própria alegoria gigante, que naturalmente reúne muita gente como ponto turístico, estava vazio até o meio dia.




Galo da Madrugada reina absoluto na Ponte Duarte Coelho. Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Mesmo “vazio” para o que é o padrão do Galo da Madrugada o desfile não deixou de reunir o que é mais característico no Carnaval de Pernambuco: a criatividade dos foliões. E teve espaço para tudo, de crítica social à descontração das fantasias do pessoal que passa o ano inteiro “investindo” para arrasar na festa.


Foto: Guga Matos / JC Imagem


Zumbis da crise entre os fantasiados. Foto: Guga Matos/JC Imagem

É como se o Galo tivesse voltado no tempo dos antigos carnavais. Logo cedinho, na concentração para o tradicional Café da Manhã do Galo, Rei e Rainha do Carnaval do Recife receberam os coloridos súditos para para dar boas vindas à festa. Diabos e diabas loiras, “aposentados” e até zumbis compareceram ao Forte das Cinco Pontas (também no Centro da Cidade) para carregar as energias para a festa que seguiu sol à pino pelas ruelas da capital pernambucana.



Folião aposta na irreverência – mas o leão da inflação está lá

Parte do “esvaziamento” do Galo se deveu à tensa situação pré-Carnaval, com ameaça de greve dos policiais militares em Pernambuco. Ponto para a segurança, neste caso. Bloqueios em vários pontos de entrada no circuito do trajeto foram registrados – não se podia entrar com material de vidro nem com armas brancas ou de fogo (óbvio).


Inclusive os foliões nas ruas fizeram questão de agradecer aos oficiais a presença nas ruas.



Renato Góes, Fabiana Karla e Lucy Alves


Gaby Amarantos é pura simpatia. Foto: Guga Matos

Nos camarotes – eles existem e têm se proliferando – o clima era de completa animação… Duetos entre os artistas que estavam nos trios – como Joelma (Calypso), Fafá de Belém, Geraldinho Lins com Lucy Alves. Até uma animadíssima Rita Cadilac apareceu para celebrar a festa – que esse ano teve o tema “Roda e Avisa”, em homenagem ao programa Cassino do Chacrinha.

É claro que o ritmo predominante da festa é e tem que ser o frevo. Neste ano o bloco homenageou dois representantes da música pernambucana: o cantor Alceu Valença e o compositor Jota Michiles. Mas teve espaço pra brega, mangue, rock. Dentre as atrações dos trios, nomes de destaque na música nacional e local como Fafá de Belém, Joelma, Fulô de Mandacaru e Geraldinho Lins.
POLÊMICA GALINÁCEA


Foto: Diego Nigro / JC Imagem

A estrutura do Galo da Madrugada passou por mudanças em 2017. Deixou de ser confeccionado por Sávio Araújo, artista plástico pernambucano que esteve à frente da alegoria nos últimos sete anos, e está foi elaborado pelo apresentador e grafiteiro Flávio Barra. A decisão da prefeitura causou polêmica entre artistas do estado, que alegaram falta de reconhecimento por parte da gestão.


minas1.com.br