quarta-feira, 6 de julho de 2016

Reforço em testes para evitar mais mortes por sangue contaminado


Após duas pessoas serem contaminadas por bactérias em transfusões de sangue e uma morrer, o Hemocentro do Espírito Santo (Hemoes) ampliou a quantidade de bolsas testadas para verificar a presença de bactérias.

Segundo o coordenador geral do Hemoes, Clio Venturim, de acordo com a legislação, o hemocentro precisa testar 1% das bolsas de sangue doado, mas o Hemoes já testava 15% e, após os casos, passou a testar 25% das doações.

“Todo o sangue doado passa por teste sorológico, para identificar doenças como hepatite, sífilis, chagas e a presença do vírus HIV, por exemplo. Porque nesses casos a pessoa pode estar com o sangue contaminado e não saber e se o paciente receber esse sangue é bastante perigo. Mas no caso das bactérias, não tem como testarmos todas as bolsas. Por isso, o controle feito por amostragem e antes de fazer a doação a pessoa é questionada sobre sintomas que podem revelar uma infecção”, explicou.

Em maio deste ano, uma pessoa morreu dois dias após receber uma transfusão de sangue. Já em junho, outra pessoa foi contaminada. Ela foi medicada e já teve alta. Nos dois casos, foi constatado crescimento bacteriano tanto na bolsa de sangue quanto no paciente. Mas ainda não é possível saber quando nem como essa contaminação aconteceu.

Segundo Clio, ela pode ter ocorrido durante a doação, durante a manipulação ou durante a transfusão do sangue. Também existe a possibilidade de o doador estar contamino, mas não apresentar sintomas.

A confirmação de quando e como a contaminação aconteceu deve se dar em cerca de 30 dias para o primeiro caso e cerca de 60 para o segundo.

Clio ressaltou que esses são casos isolados e que representam uma parcela muito pequena da quantidade de transfusões realizadas. “Fazemos cerca de 60 mil transfusões de sangue por ano e até hoje só registramos esses dois casos de contaminação. É 0,003% do total de atendimentos. Por isso, reafirmo que a doação não oferece risco algum para o doador e o procedimento de transfusão também é considerado seguro. O risco é muito pequeno e trabalhamos para que ele seja o mínimo”.

Reportagem: Keyla Cezini

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