Luiz Fernando foi atingido por vergalhões nas costas: um vazou o tórax, perfurando o pulmão, e o outro acertou a região lombar e perfurou o corpo do rapaz até vazar na perna direita. Foto: Reprodução/Facebook
O ajudante de pedreiro Luiz Fernando Ungarato, 18 anos, teve um pulmão e a região lombar perfurados por dois vergalhões quando trabalhava em uma obra na casa de parentes em Castelo, no Sul do Estado. O acidente ocorreu na tarde dessa terça-feira (3).
Ele foi levado para a Santa Casa Castelense — chegou pálido ao local, porém lúcido e conversando. Os médicos conseguiram retirar as barras de ferro. O jovem segue internado, mas está fora de perigo.
Segundo a polícia, que investiga o caso, o rapaz trabalhava em uma obra no bairro Nossa Senhora Aparecida, em um local conhecido como Morro do Cemitério.
Luiz Fernando foi atingido, ainda segundo a polícia, quando os cabos que transportavam os vergalhões para a laje do prédio, de dois andares, se soltaram. As barras caíram de uma altura de 5 metros.
Uma das varas atingiu as costas do rapaz e vazou no tórax, perfurando um pulmão. A outra acertou a região lombar e vazou na perna direita do rapaz. Luiz Fernando usou sua página no Facebook para tranquilizar amigos e familiares:
Luiz Fernando após a cirurgia. Foto: Reprodução/Facebook
“Só quero dizer que Deus me livrou de mais uma. Duas varas de ferro atravessaram meu corpo e nenhuma pegou nos ossos ou em partes que poderiam causar complicações. A vara que atingiu meu peito furou o pulmão, mas fiz uma cirurgia. Deus me fez nascer de novo. Agradeço e peço que orem por mim. Deus no comando sempre.”
Consultado pela reportagem para explicar os procedimentos médicos nesse tipo de situação, o cirurgião cardiovascular Melchior Luiz Lima disse que o paciente teve sorte, pois as barras não atingiram órgão vitais e vasos de grosso calibre, que teriam causado morte por hemorragia.
“Como temos dois pulmões, um deles manteve a oxigenação. Os médicos abriram o tórax e costuraram um pulmão, mas o outro estava funcionando.”
O cirurgião, embora não tenha participado do procedimento, detalhou que, nesses casos, é utilizada a anestesia geral.
“O cirurgião abre o tórax e tira o ferro. Depois faz uma lavagem com soro, para evitar infecção. Depois costura o pulmão e joga água para checar se há vazamento. Se estiver tudo certo, drena o tórax”.
O médico lembrou que ainda há risco de infecção, mas os antibióticos podem resolver até a cicatrização.
Reportagem: Alessandro de Paula e Verônica Aguiar
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