A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquéritos contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rêgo e o deputado Marco Maia (PT-RS).
Os pedidos foram feitos com base na delação do senador Delcídio do Amaral (exPTMS). Caso o ministro do STF Teori Zavascki aceite os pedidos, Aécio passará a ser investigado por suspeita do recebimento de propina de Furnas. Outro pedido de inquérito contra o senador quer apurar a acusação de que ele maquiou dados do Banco Rural para esconder o ‘mensalão’ do PSDB. A PGR também quer investigar Vital do Rêgo e o deputado Marco Maia pela participação na CPI Mista da Petrobras realizada em 2014.
Em sua delação, Delcídio afirmou que eles participaram de um esquema para chantagear empresas investigadas pela CPI em troca de recursos para a campanha. A PGR pediu ainda abertura de novos inquéritos contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDBRJ) e atual ministro da Comunicação Social, Edinho Silva.
Os pedidos também foram feitos com base na delação de Delcídio, que disse Cunha exercia influência em Furnas e que ele usou requerimentos para pressionar empresas como a Schahin a pagar propina. Delcídio afirmou que a presidente Dilma Rousseff trocou a diretoria há quatro anos e que os quadros de agora são técnicos. Esta mudança foi, inclusive, o início da briga entre Dilma e Cunha, pois ela retirou os aliados do deputado da diretoria da estatal, segundo Delcídio.
Delcídio também afirmou que o ex-tesoureiro do PT e atual ministro o orientou a usar a empresa farmacêutica EMS para pagar dívidas de sua campanha para o governo do Mato Grosso do Sul, em 2014. “Ao final da campanha eleitoral de 2014 para o governo do Estado do Mato Grosso do Sul, ficou com dívidas com a FSB, no valor de R$ 500 mil, e com a empresa Black Ninja, de Zilmar Fernandes, excisória do marqueteiro Duda Mendonça, também no valor de R$ 500 mil. Que, assim, o depoente pediu, provavelmente em novembro de 2014 ao tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho, para repassar tais recursos, ou seja, o valor total de R$ 1 milhão”.
Outro lado
Aécio disse considerar “absolutamente natural e necessário” que sejam feitas as investigações porque “irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a correção da sua conduta”. O senador também destacou já ter feito defesa pública anteriormente para que fossem abertas investigações sobre as citações feitas ao seu nome.
Valor Econômico