quarta-feira, 6 de março de 2019

Servidor da Justiça Eleitoral acusa TRE de indiferença em caso de funcionária que caiu de edifício


O caso da morte de uma servidora no prédio-sede do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) que aconteceu nesta quarta-feira (27) provocou vários comentários sobre o tema nas redes sociais. Josenilde da Costa Caetano, de 44 anos, faleceu após cair no fosso interno do prédio do TRE-PB.

Servidores do tribunal demonstraram através das redes sociais sua solidariedade à família da colega de trabalho após o seu falecimento. Consternados com a situação, muitos falaram sobre a servidora em seus perfis nas redes sociais.

O relato de um analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral, identificado como Martinho Ramalho de Melo, lamentou a suposta situação que desencadeou na morte da colega. De acordo com ele, o ambiente de trabalho do tribunal é frio e facilita o isolamento das pessoas.

O servidor ainda teceu críticas à direção do tribunal, que não daria a devida atenção aos problemas de quem integra o quadro. Ele ainda listou alguns casos de morte de servidores do TRE-PB que lutavam, segundo ele, contra a depressão.


SUICIDIO NO TRE-PB

Um dia na vida de um servidor pode marcar para sempre a vida de um servidor público do TRE-PB.
O que eu posso dizer dela. Que era baiana de Feira de Santana, que era Analista Judiciário, trabalhava na Corregedoria,desde 2002, tinha 44 anos, e nome dela é Josenilde da Costa Caetano.Conhecida por Jose. Não era minha amiga,mas que poderia ser se tivéssemos trabalhados juntos. Uma jovem colega meiga, simples, calma, meiga, educada,simpática, inteligente e que cativava os colegas pela postura e educação.
O prédio sede do tribunal eleitoral tem 6 andares, eu trabalhava na seção de jurisprudência e eu estou atualmente lotado no andar térreo, no setor chamado de seção de documentação, que antigamente era chamado pelos servidores de arquivo morto. Na hora do almoço, ao meio-dia, eu estava almoçando no Restaurante Sabor Divino, que fica defronte ao TRE,e Josenilde passou por mim e me cumprimentou.
Estava no setor de trabalho, no andar térreo, e o relógio marcava uma hora e dezenove minutos, quando escuto um barulho forte e quando abro a porta vejo uma jovem estendida no chão. Era Josenilde que acabara de pular para a morte do sexto andar da área interna do prédio do tribunal. Uma colega de trabalho me falou que ela estava com depressão , a doença do mundo moderno. As pessoas trabalham perto,moram perto, caminham perto, assistem a TV perto, vivem perto e não dialogam. Falta solidariedade, fraternidade, compreensão. No trabalho quando um servidor está com depressão, os colegas se isolam e o ficam menosprezando. Uma colega tendo notado o estado depressivo de Josenilde, falou para a Coordenadora da Corregedoria e braco direito do corregedor do tribunal,dizendo que cuidassem dela. E o resultado foi a morte trágica de uma excelente servidora e pessoa humana que só precisava de uma mão amiga,de incentivo e valorização humana. Mas agora é tarde. O TRE, na visão de alguns colegas , é um tribunal frio, calculista, que pratica a assedio moral a aqueles servidores competentes, honrados, que cumprem seus deveres funcionais, não são subservientes,bajuladores , que não comungam de irregularidades e não vivem brigando por cargos e funções comissionadas.
Este não é o primeiro servidor do TRE que se suicida, na lista da morte temos o ex-diretor Leonardo, que estava com depressão e praticou suicídio indireto,num acidente de automóvel; a servidora da Corregedoria Ester Souto Maior, o meu parente Flavio Ramalho, que depois de ter perdido o cargo comissionado de assessor de gabinete de juiz,ficou depressivo,passou a ter problemas financeiros, por que sustentava a mulher, dona de casa e três filhas menores de idade.Flávio,depressivo, atravessou de forma displicente, sem olhar para os lados, uma rodovia asfaltada e foi atropelado. A servidora Patricia, que era minha conhecida, foi abandonada pelo pai,a mãe tinha se suicidado, com depressão, procurou apoio do tribunal, e só recebeu indiferença, omissão e desprezo. Terminou se matando ao se jogar do prédio do Manaira Shopping. E finalmente Josenilde. Que Deus a receba no paraíso, libertando-a do pesadelo da depressão e da omissão e maldade dos humanos. Ela precisava de ajuda em vida. Antes de decretar luto por três dias deveria ter sido garantido a sua vida, que só precisava de um apoio psicológico, psiquiátrico e cristão. O TRE foi o seu leito de morte.