quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Morre o vigilante que ateou fogo e matou quatro crianças em creche de Minas Gerais

Na manhã desta quinta-feira (5) morreu nesta tarde após ter sido internado em estado grave devido a queimaduras. O suspeito, de 50 anos, é o segurança Damião Soares dos Santos, 50, que trabalhava como segurança noturno da unidade, na condição de funcionário efetivo, desde 2008. De acordo com testemunhas, ele teria ateado fogo ao próprio corpo e ido em direção às crianças durante o ataque.

Além dele, pelo menos quatro crianças morreram, segundo a Polícia Militar. Ao todo, 11 crianças estão hospitalizadas na Fundajan (Fundação de Assistência Social de Janaúba) em estado grave, com corpo queimado ou vias aéreas comprometidas. Aquelas em estado mais grave serão levadas a Montes Claros e Belo Horizonte.

O Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente pertence à prefeitura e fica no bairro Rio Novo. A Polícia Civil de Minas Gerais informa que abriu um inquérito para apurar o caso. Agentes estão na casa do suspeito e de seus familiares para levantar informações que possam ajudar a elucidar as causas do crime.

Em entrevista ao UOL, o prefeito de Janaúba, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), afirmou que o segurança retornaria de férias hoje à creche, que funciona em período integral. A instituição tinha capacidade para 82 crianças e estava cheia na manhã desta quinta-feira. “Ele tinha acabado de chegar de férias e entrou na escola dizendo que ia entregar um atestado médico, alegando que não passava bem. Mas estava com um balde, e, em um gesto completamente insuspeito, jogou o que seria álcool, que estava nesse balde, no próprio corpo, e no corpo das crianças”, afirmou.
Indagado sobre as condições mentais do funcionário, Mendes negou que ele tivesse apresentado algum indício de problemas. “O que me relataram lá é que ele chegou normal e tranquilamente até a diretora para supostamente entregar um atestado médico. Estamos mesmo muito surpresos com o que aconteceu”, disse.

Por outro lado, o prefeito disse que o ataque “poderia ter sido pior”, já que a sala em que o segurança entrou com o material inflamável era a do segundo período, com crianças de até cinco anos de idade. “Infelizmente, poderia ter sido algo até pior, porque a sala ao lado era o berçário, e evacuar crianças dali seria muito mais difícil. Onde ele atacou as vítimas são maiorzinhas e muitas conseguiram escapar”, afirmou.



Agência Folhapress