segunda-feira, 19 de junho de 2017

PF encontra indícios de crime de corrupção contra Temer


PF encontra indícios de crime de corrupção contra Temer

Supremo Tribunal Federal recebeu relatório parcial das investigações

Rocha Loures era identificado em Brasília como uma pessoa próxima de Temer, de quem foi assessor. - Divulgação/Rodrigo Rocha Loures

BRASÍLIA — O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu relatório parcial das investigações da Polícia Federal no inquérito do qual o presidente Michel Temer faz parte. Para os investigadores, houve crime de corrupção. A conclusão leva em consideração, além dos indícios e de outras provas, duas conversas entre o diretor da JBS Ricardo Saud e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures que já foram periciadas e ajudam a reforçar os indícios de crime.

Procurada, a Polícia Federal não comentou o relatório e nem quis se manifestar. Foi pedido ainda um prazo adicional de cinco dias para apresentar uma conclusão sobre o crime de obstrução de Justiça. Esse tempo será usado para concluir a perícia no audio da gravação do dono da JBS Joesley Batista com o presidente Temer. A PF teria optado por ser mais cautelosa nesse ponto.

O prazo inicial dado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, foi de dez dias. Depois, a pedido da PF, foram concedidos mais cinco dias. Agora, o ministro vai decidir se estende ainda mais o prazo.

Também nesta segunda-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário ao pedido de arquivamento do inquérito que tramita no contra o presidente Michel Temer na corte. O pedido foi feito na semana passada pela defesa de Temer, com o argumento de que não havia elementos probatórios mínimos na investigação para justificar a apresentação de denúncia.

Por sua vez, Temer entrou com uma ação, nesta segunda-feira, por calúnia, injúria e difamação contra o dono da JBS, Joesley Batista, na 12ª Vara Federal de Brasília. O motivo é a entrevista concedida pelo empresário à revista “Época”, na qual acusa Temer de chefiar “a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil”. Segundo o entrevistado, Temer não fazia cerimônia para pedir-lhe dinheiro em nome do PMDB e que o presidente articulava uma campanha para estancar a operação Lava-Jato.




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