quarta-feira, 3 de maio de 2017

Grupo de 11 suspeitos presos na Zona Norte do Rio se escondeu na casa de grávida na Cidade Alta


Informação é de agentes do Batalhão de Operações Especiais. Mais de 40 suspeitos de envolvimento com confronto entre facções foram detidos.

Armas foram apreendidas pelo Bope (Foto: Matheus Rodrigues/G1)

Um grupo de 11 suspeitos entre os 40 detidos por envolvimento com a guerra de fações na Cidade Alta, Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (2) tentou se esconder na casa de uma mulher grávida, informaram agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM. Represenantes do batalhão também afirmam que o batalhão seguia na Cidade Alta às 16h15.

Os policiais informaram equipes do batalhão trocaram tiros com os suspeitos e cercaram a residência. O imóvel tinha sido invadido pelos homens que estavam armados com 10 fuzis e grande quantidade de munição.

Ainda de acordo com os agentes do Bope, os moradores da casa invadida, entre eles uma grávida e uma criança, estavam muito assustados.

Alem destes detidos, outros quatro suspeitos foram baleados pelo Bope e encaminhados para o Hospital Getúlio Vargas. Dois não resistiram aos ferimentos e morreram, um está sob custodia no hospital e o quarto foi levado para a cidade da polícia.

As ocorrências foram em caminhadas para a 22a DP (Penha). O delegado da unidade, Reginaldo Guilherme da Silva, afirmou que os suspeitos presos participam da disputa de facções na Cidade Alta. A exemplo do que disseram oficiais da Polícia Militar,

"Teve uma ação do Bope, onde a polícia foi cercando e eles ficaram acuados dentro de uma casa. Lá eles foram presos junto com todo armamento. Foi um trabalho de excelência. A Cidade Alta está sendo disputada por duas facções, ontem houve uma invasão e hoje a polícia entrou em ação. Eles tentaram desviar a atenção da polícia e enviaram motoqueiros para colocar fogo em ônibus", afirmou o delegado.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, emitiu nota parabenizando "a rápida e eficiente ação da Polícia Militar que na manhã desta terça-feira (2) conseguiu retirar das ruas 32 fuzis e três pistolas numa operação sem que nenhuma vida tenha sido perdida". Crivella definiu a ação da PM como "um exemplo de trabalho feito com planejamento e inteligência".

“O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o 16°BPM (Olaria) e o Batalhão de Ações com Cães (BAC) merecem a nossa admiração e respeito. A apreensão de fuzis e pistolas é algo a se comemorar. É inadmissível a guerra que vivemos e que se deve basicamente à falta de controle em nossas fronteiras e à entrada de armas e munição, que acabam nas mãos de jovens que tiram a vida de outros jovens. Se impedirmos a entrada desse material, vamos evitar o massacre dos inocentes. Apenas com a participação de todos vamos conseguir vencer essa guerra”, concluiu o prefeito.

Nove ônibus e dois caminhões incendiados

Nove ônibus e dois caminhões foram incendiados por criminosos nesta terça-feira (2) no Rio, após uma megaoperação da Polícia Militar para acabar com a guerra entre traficantes na Cidade Alta, comunidade em Cordovil, na Zona Norte.

A represália de criminosos contra a prisão de pelo menos 40 suspeitos causou um caos no trânsito da cidade, já que os veículos queimados estavam em vias expressas, usadas por motoristas para trafegar em direção ao Centro do Rio, em horário de grande movimento. A cidade entrou em estágio de atenção às 10h50, segundo o Centro de Operações.

Três ônibus estavam na Rodovia Washington Luiz, na altura dos acessos da Linha Vermelha e da Avenida Brasil, sentido Juiz de Fora; quatro ônibus estavam na Avenida Brasil, onde o caminhão também foi queimado; além de um ônibus e outro caminhão em Cordovil, em um dos acessos à comunidade da Cidade Alta.

Devido aos ataques, motoristas tentaram voltar na contramão e passageiros de outros coletivos que passavam na região ficaram em pânico. O congestionamento na cidade, por volta das 11h, atingiu 66 quilômetros — equivalente a uma viagem entre o Rio e Maricá.