quinta-feira, 20 de abril de 2017
Agentes da Lei Seca fazem protesto e citam perseguição no Detran; órgão nega acusações
Os agentes de trânsito da Operação Lei Seca realizaram, na manhã desta terça-feira (18), um protesto em frente à sede do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), no bairro de Mangabeira, em João Pessoa.
De acordo com o Correio Online, um dos coordenadores da Operação e organizadores da mobilização, William Alves, disse que os agentes estariam sofrendo retaliações por conta dos pedidos de melhoria. Em nota, o superintendente do Detran, Agamenon Vieira, negou que esteja havendo isto. “O que está acontecendo é que bem antes da morte do agente Diogo, nós já vínhamos preocupados com a questão da segurança, porque nos não tínhamos colete, condições de segurar para trabalhar com esta atividade que é de alto risco. Antes do acontecido com Diogo, nós protocolamos um documento solicitando melhorias na segurança, como coletes balísticos, lombada móvel, com a nossa segurança como um todo. Também solicitamos reconhecimento. Um risco de vida, que é claro este risco e se tornou mais evidente agora. Solicitamos antes do acontecido e nesta reunião fomos chamados pelo superintendente de pedintes. Não foi dada a devida atenção por parte da gestão do Detran. Isto foi em 14/12/16, no dia 21 de janeiro aconteceu aquela situação com o agente Diogo e só após esta morte eles tiveram a preocupação de nos chamar para tratar sobre aquelas reivindicações. Porém o que nós percebemos foi que havia apenas a preocupação de não expor esta omissão da gestão administrativa do Detran”, disse.
Segundo William, nessa segunda-feira (17) os coordenadores da Operação Lei Seca foram retirados dos cargos, além de terem ficado sem seus veículos. Ele alegou ainda que a direção do Detran abriu uma sindicância para fiscalizar estes coordenadores. “Começou-se dizendo que iria melhorar e a superintendência não fez nada para que melhorasse esta situação e em virtude disto nós fomos mais uma vez cobrar estas melhorias e eles vieram ontem com uma retaliação porque viram na rede social uma mensagem de uma suposta greve branca, que não houve. Fomos surpreendidos com a atitude deles de nos chamar de forma arrogante, já dizendo que os coordenadores seriam retirados, que a Operação lei Seca seria gerenciada pelo BPtran, uma série de retaliações, dizendo que iriam entrar com uma sindicância contra os coordenadores. Temos atualmente o chefe da divisão de policiamento, que é o responsável por gerenciar a operação Lei Seca, nosso chefe imediato, Capitão Estevam Rosenstock, que foi o único que com suas limitações fez alguma coisa, inclusive indo atrás de psicólogo para os agentes que presenciaram o acontecido com Diogo. Estamos sofrendo perseguições por conta disto, por querer o básico para trabalhar”, afirmou.
Apesar de todo o descontentamento da classe, William afirmou que os agentes não estão em paralisação e muito menos em greve. Porém, ele não descarta que isto possa vir a acontecer. “De antemão gostaria de deixar bem claro que nós não estamos em greve ainda. Quando estivermos será de forma legal, através do sindicato. Não há no momento greve nenhuma, nem paralisação, o que pessoal está fazendo é um protesto pacífico. A operação foi suspensa pela direção do Detran, a gente tem provas desta informação, mas se hoje eles disserem que tem operação, nós iremos trabalhar. Só vamos deixar de ir quando for legalmente uma greve. Há a intenção (de fazer a greve). Tudo de forma proporcional, a greve é o ultimo recurso”, finalizou.
Resposta do Detran
O Correio Online procurou o superintendente do Detran, Agamenon Vieira, que não quis receber a reportagem. Por meio de nota, ele negou as acusações e deu suas explicações. . Segundo o superintendente Agamenon Vieira, a categoria sempre foi ouvida, através de permanente canal aberto, de forma respeitosa e democrática. “A Direção do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB) recebeu com surpresa a divulgação de notas extra-oficiais nas redes sociais, dando conta de que o órgão estaria agindo com desrespeito e descaso com os agentes de trânsito da autarquia. Por isso, estranhou as manifestações contrárias a essa realidade, esclarecendo que o remanejamento de coordenadores se trata de uma questão de rotina nos órgãos, em adequação às necessidades da autarquia.Quanto à determinação da devolução dos veículos da Lei Seca ao pátio do Detran, a medida foi tomada para evitar qualquer incidente, diante da intenção de deflagrar uma “greve branca” por parte dos agentes, sem nenhuma comunicação prévia e legal dessa posição”.
Ainda em nota, o superintendente negou a abertura de sindicância e afirmou que as equipes da Operação Lei Seca vêm desempenhando suas funções com todos os equipamentos ‘necessários à sua integridade física, a exemplo de coletes à prova de bala, lombadas móveis, barreira antifuga, entre outros, como com o total apoio do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPtran) da Polícia Militar da Paraíba’.
Correio da Paraíba