segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

PM pede desculpas por tiro que matou torcedor do Coritiba


Polícia afirma que submetralhadora de sargento disparou acidentalmente, matando Leonardo Brandão, de 18 anos
Leonardo Henrique da Rocha Brandão, torcedor do Coritiba morto durante ação policial antes da partida contra o Atlético-PR em frente ao Estádio Couto Pereira (Reprodução/Instagram)

A morte de Leonardo Brandão, torcedor do Coritiba, horas antes do clássico diante do Atlético-PR – que seria cancelado por ordem da federação neste domingo – foi acidental, segundo a Polícia Militar. O tenente-coronel Wagner Lúcio dos Santos, comandante do 12.º Batalhão da PM em Curitiba, convocou a imprensa nesta segunda-feira para pedir desculpas à família da vítima, que tinha 18 anos.

Leonardo estava próximo ao estádio Couto Pereira, a caminho da Arena da Baixada, junto com um grupo de torcedores do Coritiba, que era escoltado pela Rotam (Ronda Ostensivas Táticas Móveis). A versão da polícia é que a submetralhadora de um sargento da equipe disparou acidentalmente.

“Primeiramente, quero pedir desculpas a toda a sociedade pelo ocorrido. É uma tragédia que assola também a Polícia Militar. O sargento tem mais de 20 anos de serviço e está muito abalado. Ele tem um histórico limpo na corporação e se consultou com uma psicóloga logo após a tragédia”, afirmou o coronel.

Ainda de acordo com o comandante do 12.º BPM, o acidente aconteceu quando o sargento entrou na viatura. “Quando ele foi colocar a bandoleira (alça) de uma submetralhadora 0.40, o cano estava voltado para a janela e ele sentiu o recuo da arma, além da fumaça dentro da viatura. Ao olhar para o lado, visualizou o rapaz caído e percebeu o que havia acontecido.” O tiro disparado pelo sargento atingiu o peito de Leonardo.

A versão apresentada pelo sargento, de acordo com o coronel, é a de que ele não apertou o gatilho. “É uma arma de doze anos de uso. Apenas uma perícia vai definir como aconteceu o disparo”, afirmou. Um inquérito foi instaurado e o autor do tiro, que não teve identidade revelada, afastado por 15 dias. “Após seu retorno, caso ele esteja em condições, ele ficará restrito ao serviço administrativo”, explicou o coronel.
(com Estadão Conteúdo)