sábado, 29 de outubro de 2016

Pesquisadores desenvolvem anticoncepcional injetável para homens


Enquanto as mulheres podem escolher as formas de evitar uma gestação, os contraceptivos masculinos se restringem aos preservativos e à vasectomia. Mas, segundo um estudo publicado no "Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism", é possível desenvolver um anticoncepcional masculino injetável.

O contraceptivo foi desenvolvido e testado por um braço da Organização Mundial de Saúde e pela Faculdade de Medicina Oriental da Virginia, nos Estados Unidos. Um estudo de um ano foi realizado em dez centros em sete países, incluindo os EUA, Austrália, Indonésia, Chile, Alemanha e Índia.

A pesquisa foi realizada com 320 homens com idades entre 18 e 45 anos, que estavam em relações monogâmicas por pelo menos um ano - e cujas parceiras concordaram em participar. A contagem de esperma dos homens foi verificada no início do estudo, para garantir que os índices estavam normais.

Eles receberam duas injeções de hormônios (progesterona e uma forma de testosterona) a cada oito semanas, e foram monitorados por até seis meses. Durante este tempo, os casais foram instruídos para usar os outros métodos de controle de natalidade não hormonais.


O fármaco suprimiu a produção de esperma até o ponto onde a gravidez é improvável, deixando a contagem de esperma em menos de um milhão. As injeções, segundo os especialistas, precisariam ser tomadas a cada dois meses para manter a eficácia.
Risco de depressão e distúrbio de humor

Os pesquisadores ainda estão a trabalhando para aperfeiçoar a combinação de contraceptivos hormonais e reduzir o risco de efeitos secundários como depressão e outros distúrbios de humor.

Os homens relataram outros efeitos colaterais, incluindo dor no local da injeção, dor muscular, aumento da libido e acne. Vinte homens abandonaram o estudo por conta dos efeitos.

Apesar dos efeitos adversos, mais de 75% dos participantes relataram estar dispostos a utilizar este método de contracepção.

Para o médico Mário Philip Reyes Festin, da Organização Mundial da Saúde, em Genebra, Suíça, e um dos responsáveis pela pesquisa, o método é eficaz, mas ainda precisa de mais estudos para encontrar o equilíbrio entre a eficácia e a segurança.

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