
Clássico espanhol em Milão foi decidido nos pênaltis após 120 minutos eletrizantes e empate em 1 a 1. Foi a 11ª taça do Real; o bravo Atlético segue sem nada
Na caminhada rumo ao magnífico estádio San Siro, torcedores do Real Madrid já provocavam os rivais do Atlético de Madri cantando "minuto 93", em referência ao gol de Sérgio Ramos nos acréscimos da segunda etapa da decisão de 2014, que tirou o que seria o primeiro título da Liga dos Campeões do Atlético de Madri, em Lisboa. Dois anos depois, o pesadelo se repetiu, novamente com requintes de crueldade, na quente noite deste sábado em Milão. Sergio Ramos voltou a marcar (em impedimento), Antoine Griezmann perdeu um pênalti, Yannick Carrasco empatou em 1 a 1 e após uma partida espetacular a decisão foi para os pênaltis. O destino, porém, voltou a castigar o Atlético. Juanfran desperdiçou sua cobrança e Cristiano Ronaldo, apagadíssimo ao longo de todo o jogo, decretou a 11ª taça do Real Madrid, o rei supremo da Europa. O Atlético falhou em sua terceira tentativa e seus atletas deixaram o gramado aos prantos. A apaixonada torcida, impecável durante toda a campanha, novamente reconheceu o esforço e aplaudiu os vice-campeões.
O Atlético, que já havia perdido duas finais (para o Bayern de Munique em 1974 e para o Real em 2014), teve uma chance de ouro para se livrar de seus traumas. Sofreu na primeira etapa com a força do meio-campo do Real Madrid - como previsto pelo técnico Diego Simeone, o brasileiro Casemiro, impecável, foi uma das chaves do jogo -, mas melhorou na segunda etapa e chegou ao empate com Carrasco, uma aposta certeira de Simeone. Ao contrário do que havia dito o treinador Zinedine Zidane na véspera, Cristiano Ronaldo não estava 100%. Bem longe disso. O português, visivelmente sem condições físicas ideais, pouco apareceu para o jogo e perdeu boas chances. Zidane poderia ter sido crucificado por tê-lo mantido durante toda a partida. Mas celebrou, abraçado ao craque, a sua primeira conquista como treinador, em apenas cinco meses no cargo.
Em uma cena emocionante, Juanfran, chorando, foi até a torcida do Atlético pedir desculpas por ter perdido o pênalti na decisão. Os torcedores reconheceram o esforço do time e aplaudiram todos, assim como Sérgio Ramos, novamente o carrasco, e Diego Simeone. Fernando Torres, cria do Atlético e que tinha dito que faria o jogo mais importante de sua vitoriosa carreira, chorou no centro do gramado. A triste sina do Atlético ganhou mais um doloroso capítulo. Diante de pouco mais de 81.000 torcedores, o Real Madrid alcançou "La Undécima" (1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1966, 1998, 2000, 2002, 2014 e 2016).
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