No enterro da enfermeira enfermeira Marilayne Coutinho, 29 anos, morta em tentativa de assalto no domingo (14), no Parque Columbia, na Pavuna, Subúrbio do Rio, amigos disseram que o marido dela está em 'choque'. A filha do casal, de três anos, ainda não sabe que a mãe morreu.
" A menina ainda não tem como falar, como é que você vai contar para uma criança de três anos, explicar, que a mãe dela foi morta? O pai da menina está em choque, o cara sempre foi super de paz, tranquilo", disse um amigo da família ao RJTV.
Mais de cem pessoas entre parentes e amigos de trabalho participaram do enterro no início da tarde desta terça-feira (16), no Cemintério de Irajá. A família está revoltada porque ela e o marido não reagiram ao assalto.
Imagens exibidas pelo RJTV também nesta terça mostram o momento da tentativa de assalto que terminou na morte da enfermeira. No vídeo, é possível ver o carro da família da Marilayne, em direção à Via Dutra, pouco antes da chegada dos assaltantes. Um deles já aparece chegando com a porta aberta e com uma arma para fora do veículo.
O marido da vítima já tinha parado o carro, mas, mesmo assim, eles começam a atirar. Os assaltantes cercam o carro da família e Marilayne, que estava no carona, sai do carro já ferida com um tiro no peito.
As imagens mostram que o marido de Marilayne demora a perceber que ela está baleada e vai para o banco de trás para tirar a filha de três anos do carro.
Enquanto isso, dois criminosos se aproximam e um deles chega a sentar no banco do motorista.
Já ferida, Marilayne senta no chão. O marido põe a criança, ainda na cadeirinha, do lado da mãe. Os criminosos desistem de levar o carro e, em seguida, o marido de Marilayne percebe que ela está ferida. Sem saber o que fazer, ele coloca a criança de volta no carro e tenta ajudar a mulher. O homem pede ajuda na via, se desespera, e ninguém para.
Menor suspeito foi preso
A Polícia Civil apreendeu nesta segunda-feira (15) um adolescente, de 16 anos, suspeito de envolvimento na morte da enfermeira Marilayne Coutinho. A Divisão de Homicídios afirmou que o menor foi preso dentro de um carro que ele teria roubado momentos antes de assassinar Marilayne. O marido da enfermeira e o dono do carro roubado já reconheceram o adolescente. De acordo com o delegado, o menor confirmou participação nos crimes do grupo e contou que a Polícia Civil busca os outros criminosos que participaram da ação.
Crimes são frequentes
A Rua Embaú, local onde ocorreu o crime, é uma área com muita movimentação de caminhão de carga. Motoristas e pedestres dizem que os assaltos são frequentes e nesse ponto e quem faz o transporte de carga trabalha o tempo todo sob tensão. Os passageiros que utilizam um ponto de ônibus que fica na via reclamam da criminalidade na área e dizem que os roubos são frequentes naquela área.
"Aqui, nesse local aqui mesmo, a gente já foi assaltado, levaram nossa carga. Levaram o nosso aparelho de telefone, nosso GPS", disse um motorista.
A Federação de Transportes de Cargas do Rio disse que já pediu ajuda a Secretaria de Segurança, mas ainda não conseguiu uma ação efetiva para reduzir os assaltos. Segundo Venâncio Moura, presidente do Conselho de Prevenção de Roubo e Furto de Cargas, o número de roubas na região só aumenta.